Por: Mara de Paula Giacomeli
Vamos falar de serigrafia e das dificuldades do passado para começar nesta arte.
Edemilson de Almeida está aqui para nos contar um pouco da sua trajetória neste ramo de atividade.
Nascido em São Paulo, Edemilson começou a trilhar o caminho da serigrafia por volta de 1996. Após completar o ensino médio, viu na serigrafia uma oportunidade de empreender.
Foi sua paixão por publicidade que o levou direto ao ramo da serigrafia. Executar e transformar ideias em arte, imprimir para comunicar, imaginar e reproduzir, fazer arte e transformar ideias.
Autônomo na maior parte da vida profissional, passou por algumas empresas para adquirir conhecimento, mas o espírito empreendedor não o deixou se estabelecer.
Almejava ser dono de uma empresa, com erros e acertos, enfrentando desafios e as dificuldades do setor.
“Na época faltava (e ainda falta) muita informação. As empresas do setor deveriam se dedicar a levar a informação para quem está na linha de frente. Usei todos os tipos de tintas para serigrafia: à base de água, vinílica, entre outras… Hoje temos mais opções de produtos e empresas fornecedoras, os substratos também mudaram, uma nova safra apareceu no mercado, exigindo cada dia mais conhecimento para tratar bem e produzir melhor.
Hoje temos no mercado alguns profissionais dispostos a dividir conhecimento, coisa que no passado era tudo segredo. Tivemos muitas dificuldades em chegar até os dias de hoje, a batalha diária, os percalços e os erros foram muitos, era preciso arrancar quase à força as informações que precisávamos. O jornal O Serigráfico ajudou muito o mercado, para muitos foi um guia, uma referência, mas não bastava, as exigências dos clientes foram aumentando e, com isso, nossas dificuldades.
Sem conhecimento é como se preparar para erros, é preciso buscar aprendizado; a serigrafia precisa ser estudada, analisada, pesquisada, não é só puxar o rodo, isso não é bem serigrafia, temos que entender os prós e os contras, saber até onde podemos chegar com as tintas, o que nos oferecem os tecidos técnicos, como proceder com as emulsões e fotolitos, o que fazer com as combinações de cores, enfim, conhecer o ramo de atividade para poder oferecer um trabalho digno.
Hoje em dia, já mais conhecida no mercado, mas ainda carente de atenção pelos fabricantes de tintas e substratos, a informação deveria ser fluente, deveria ser levada a sério, com detalhes que por vezes não são colocados nos boletins técnicos das empresas, nossos profissionais não se preocupam em ler esses boletins, erram e culpam o fornecedor. Como disse anteriormente, serigrafia precisa ser estudada”, comenta Edemilson.
Para Edemilson, a dica mais válida para quem vai iniciar no ramo é o conhecimento, se atualizar no mercado e passar seu aprendizado adiante.
“Como empreendedor, comecei minha carreira com a venda de 4 camisetas silkadas, e deste dia em diante não parei mais, fiz da serigrafia minha vida, minha carreira, algo vitalício. Para quem está querendo entrar no ramo, seja bem-vindo, mas vá buscar conhecimento, não comece com ideias ultrapassadas, acredite, esta é uma boa área de trabalho, desde que você se profissionalize e saiba o que está fazendo. Estamos na era digital, muito se tem para fazer e aprender, arregace as mangas, coloque a cabeça para funcionar e os músculos para puxar rodo.
Devolva ao mercado o que aprender, ensine, troque informações; eu estou retribuindo ao mercado meu aprendizado, tenho um canal no YouTube onde ensino gratuitamente o que aprendi, chama-se ‘Serigrafia em Casa’, estamos também no Facebook e Instagram.
A serigrafia pode sim ajudar muitas pessoas que, hoje, estão passando por momentos difíceis. Com a ajuda das indústrias, nós, profissionais da serigrafia, podemos ajudar a profissionalizar muita gente, venham com vontade de fazer bem-feito e depois ensinar.
Eu agradeço o espaço e à serigrafia por tudo o que ela me proporcionou, esperamos sempre por novas tecnologias e dias melhores”, finaliza o veterano.
purarteimpressos@gmail.com