Muitas pessoas vêm adquirindo o hábito de ler o rótulo das embalagens e saber o que eles apresentam com relação ao meio ambiente. O cuidado para não entrar na onda do falso marketing verde e acreditar que apenas um selo irá resolver toda a nossa responsabilidade com relação ao meio ambiente depende de nosso conhecimento.
A rotulagem ambiental é uma declaração dada ao consumidor para que ele possa fazer escolhas de compras com menores impactos ambientais. Ele deve ser usado com ética e transparência e agrega um valor diferencial. Ela é de caráter voluntário, baseada em critérios científicos, normas e deve der usada somente quando realmente houver benefício para a qualidade ambiental, sem confundir o consumidor e sim, educá-lo. É importante que não iluda e nem distorça conceitos sobre a preservação ambiental ou que destaque informações que são já, de obrigatoriedade do produtor, por lei, cumpri-las.
A simbologia técnica de identificação de materiais foi criada para facilitar a identificação e separação de materiais para o descarte, favorecendo a reciclagem tanto do produto, quanto da embalagem que a gráfica produziu para acondicioná-la.
Dessa forma, a Simbologia de identificação de material não é rotulagem ambiental e nem garantia de que o material será reciclado. A utilização da palavra de classificação adjetiva: “reciclável”, impressa em uma embalagem pode vir a configurar uma rotulagem ambiental, mas os símbolos devem apenas ser imagens figurativas. Já a ausência ou uso incorreto dessa simbologia pode contribuir para a falta de informação no descarte, favorecendo o desperdício de materiais e prejudicando o processo de reciclagem.
A auto-declaração ambiental existe sem a necessidade de certificação de terceiros, porém ela deve ser totalmente verdadeira e ter respaldo de caráter científico comprovado como uso de norma ou método reconhecido.
Mundialmente, uma das propostas que têm sido aceitas é que a modelagem de um selo seja realizada de acordo com os princípios e requisitos das séries da Norma da ISO 14020, 14021 e 14024 e o Relatório Técnico TR/ISO 14025. Nessas, a diferença está, basicamente, na consideração da realização, aos produtos, da Análise de Ciclo de Vida- ACV, que é uma técnica de quantificação dos impactos ambientais gerados da sua concepção até o destino final do produto considerando-se sua não mais existência no planeta.
Sempre, estudos criteriosos devem ser realizados para a eficiência e eficácia dos “selos verdes” e a utilização deles nas embalagens devem ser verdades éticas e não simplesmente falácias competitivas, pois o engano pode levar ao fechamento de uma empresa.
Silvia Regina Linberger dos Anjos, sócia gerente da Maqtinpel. Química, tecnóloga gráfica com especialização em gerenciamento ambiental, mestrada em tecnologia ambiental, membro da comissão de questões ambientais da NOS-27, colaboradora voluntária da comunidade EQA (equipe de qualidade ambiental) da Escola Theobaldo de Nigris.
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