“Tu quoque, Brute?” Nossas surpresas diárias superam a do grande general romano Caio Julio Cesar ao ver a traição do próprio filho em seu último suspiro. Assim como Cesar, ficamos cada dia mais surpresos com as notícias de que, quem menos suspeitávamos, também roubou o nosso rico dinheirinho. Pelo visto vamos passar a próxima década descobrindo novos ladrões todos os dias. Como Cesar, somos traídos diariamente e, como desde a antiguidade, os nossos ladrões não confessam o roubo nem que a “vaca tussa”. Aos homens de boa fé que trabalham para que a justiça estenda suas asas sobre o povo subtraído, haja trabalho. E haja tornozeleira eletrônica porque os presídios do país não comportam tantos gatunos.
Quanto tempo será preciso para se consertar um país? O Brasil encontra-se em reforma desde o descobrimento e, até agora, nada! O que houve de errado? Desde sempre as leis foram elaboradas através de conchavos políticos para beneficiarem… os políticos! Pobre povo que sequer tem acesso às leis e, se todos são iguais perante a lei, algo está errado. Aliás, vem errado há muito tempo. Não existe um único estado, capital, cidade, município ou bairro que não esteja contaminado pelas mazelas do poder público e seus empresários, doleiros, lobistas e outros que se fartam com os cofres da nação.
Tendo em vista tudo isso, como deve se comportar o cidadão comum que vê o seu país sendo sugado em seus recursos; recursos esses gerados pela massa que trabalha, pelas empresas e empresários que atuam dentro das leis, sem incentivo algum, pagam altíssimos impostos e estão todos impotentes diante dessa realidade esdrúxula que o país vive. Será que não vale a pena zerar o cronômetro do Brasil e começar do zero absoluto, com nova constituição, novo código civil e penal elaborados pelo povo? Leis que, por uma questão de lógica, sejam aplicadas com todo o rigor a quem não cumpri-las? Leis que obriguem os detentores de cargos públicos a trabalharem em benefício da nação? Enquanto isso, assistimos diariamente, não só a banalização da corrupção, mas também da violência generalizada, roubos, assassinatos, homicídios e outros atos que fazem do Brasil um pobre gigante que não acorda nunca. Pois é, o cidadão desfavorecido pelo poder público se espelha no mau caratismo de seus líderes políticos… Até tú, Brutus?
O “Programa Banca SP” está em tramitação na Câmara Municipal tendo sido aprovado na primeira com apenas três votos contra. Vamos aguardar para que seja também aprovado na segunda votação e que impere o bom senso e a liberdade aos proprietários de bancas de jornais da cidade de São Paulo para que possam optar pelo melhor fornecedor de imagens digitais da sua região. Essa é a maneira lógica de uma lei beneficiar o cidadão que trabalha e contribuir com as empresas de Comunicação Visual para a geração do tão escasso emprego na cidade. À Prefeitura cabe aprovar a lei e fiscalizar para que seja cumprida na íntegra, penalizando os infratores da melhor forma. Só não pode cartelizar mais essa atividade e impedir que a livre iniciativa determine os rumos da economia.
Sinval Lima