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Outro dia, escutei uma discussão sobre quando começou a serigrafia. Já pesquisei, e não se chega a uma resposta plausível sobre o início da serigrafia. Uns atribuem sua origem às Ilhas Fidji, por volta de 3000 anos a.C., outros estendem um pouco mais dizendo ser por volta de 5000 a.C., com origem na China.

Encontrei este texto de Alexandre Ferreira e acredito que possa trazer luz a essa discussão:

“A palavra serigrafia vem de sericum, que em latim significa seda, e graphia, que em grego significa gravar, desenhar, escrever.

Ao que parece, a serigrafia descende da técnica de impressão por molde vazado, um método que provavelmente surgiu da observação das perfurações que os insetos fazem sobre as folhas de vegetais. Alguns estudos sobre os antigos povos das Ilhas Fidji mostram que seus habitantes perfuravam folhas de bananeira e, pelas aberturas, aplicavam tintas vegetais, decorando seus utensílios.

Os egípcios já utilizavam a técnica de molde vazado na decoração de interiores centenas de anos antes de Cristo.

Na verdade, as primeiras telas de que se tem notícia foram produzidas no Japão há muitos séculos e eram feitas com fios de cabelos humanos trançados, e as máscaras que vedavam a passagem da tinta eram feitas com folhas de árvores e papéis.

O historiador romano Quintiliano (120 d.C.) descreve meninos romanos sendo alfabetizados a partir dos modelos de letras feitas em pequenas tábuas de madeira e calcadas com pontos e pó de carvão. Teodorico, o Grande (526 d.C.), Justiniano Primeiro (565 d.C.) e o Imperador Carlos Magno (771 d.C.) recorriam à técnica conhecida por “estrisido” na assinatura de seus decretos, copiando com um estilete de marfim o molde de suas respectivas assinaturas moldadas em placas de ouro.

No século XVI, já era reconhecido o profissional recortador que era contratado por reis e guerreiros para estampar seus feitos e os símbolos da Igreja nos estandartes dos que partiam em cruzadas.

No final do século XIX, surgiu na França o POCHOIR (pronuncia-se POCHOAR), que hoje é conhecido como molde vazado e foi aprimorado e patenteado na Inglaterra por Samuel Simon em 1907, já utilizando uma trama de tecido de seda.

Muito difundida pelos norte-americanos durante a Segunda Guerra Mundial, a serigrafia tornou-se conhecida como SILK-SCREEN ou “tela de seda”.

A serigrafia comercial como conhecemos hoje, ou silk-screen, é utilizada na impressão de camisetas, adesivos, brindes e papéis e possibilita uma rápida produção e de custo relativamente baixo.”

Atualmente, a serigrafia é feita com uma trama de nylon ou poliéster presa a uma moldura de madeira ou alumínio e nessa trama fica gravada a imagem que será impressa. O processo de gravação da matriz pode ser feito de inúmeras maneiras, entre elas podemos destacar:
Matriz Fotográfica: É a mais utilizada. Passa-se uma cola com sensibilizante no nylon e a camada é seca com ar quente. O desenho deverá ser feito em uma transparência (fotolito ou nanquim sobre acetato). Esse desenho é colocado sobre o vidro de uma mesa com luz por baixo. Sobre o fotolito, fica a tela. Após um determinado tempo de exposição, a tela é lavada e as partes pretas correspondentes no fotolito se abrem, permitindo assim a posterior impressão do desenho, idêntico ao fotolito. Nesse processo, podem ser utilizadas fotografias, como nos trabalhos realizados por Andy Warhol, onde o artista combina serigrafia e pintura a pincel.

Serigrafando. Serigrafar.

Claudilei Sousa

Imagem de Free-Photos por Pixabay

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