O “vazio” que dá forma
No dicionário, vácuo tem a definição de absolutamente vazio, que nada contém. E quem já viu algum produto embalado a vácuo pode ver claramente que ali não sobrou nenhum ar, fazendo com que a embalagem tome a forma do produto que está dentro dela, tenha este produto a forma que for. Esse é o mesmo princípio do vacuum forming, ou termoformagem, em português.
O processo, bastante usado na comunicação visual, consiste no aquecimento de uma placa termoplástica plana, previamente extrudada, a fim de que amoleça sobre um macho ou fêmea, onde o ar é sugado por entre a placa e o molde para que o material adquira o contorno da peça. A termoformagem é um dos mais simples e econômicos processos de transformação de plásticos e, apesar de todas as variações de processos citados acima, consiste basicamente de cinco passos:
1) A placa é fixada na máquina;
2) A placa é aquecida;
3) A placa toma a forma dos moldes com o auxílio de vácuo, ar comprimido ou algum componente mecânico;
4) A peça é resfriada o suficiente para ser removida sem distorcer;
5) As rebarbas, principalmente as da área onde a placa foi fixada, são removidas.
Principalmente utilizada no segmento promocional, embalagens de produtos alimentícios, descartáveis, cosméticos, brindes, setor de decoração de festas infantis, brinquedos, faixas de gôndolas nas prateleiras de mercados, expositor de roupas em PVC, displays, etc., o vaccum forming está presente no nosso cotidiano, sem que sequer percebamos. Podendo moldar peças em termoplásticos poliestireno, como ABS, PET, PETG, PVC, PP, PE, EVA, PMMA, PS, ABS, etc., o vacuum forming é utilizado para produzir copos descartáveis, forminhas de gelo, gavetas e painéis de geladeira, cubas de pia (plásticas), tanquinhos, máquinas de lavar roupa e paletes, além de objetos maiores, que sequer imaginamos que possam utilizar este processo, como caiaques, banheiras de hidromassagem, protetores de caçamba e até carrinhos de sorvete. Praticamente não existe limitação quanto ao formato ou tamanho das peças a serem produzidas. “A limitação é de acordo com a área útil da máquina. O maior modelo padrão que temos em linha é de 60x80cm, mas nada impede de ser fabricado um modelo personalizado para atender algum tamanho especial. Depende principalmente do molde que será utilizado”, explica Andrei Yshii, Engenheiro de Produto da Flock Color.
As vantagens do processo de termoformagem sobre outros processos, como a injeção, por exemplo, é o baixo custo do processo, além de produzir várias peças em um ciclo só. “O baixo custo dos moldes e a rapidez na execução destes, que podem ser fabricados em centros de usinagem (CNC), são a grande vantagem do processo frente a outros. O molde – ou ferramenta – de uma máquina de injeção, por exemplo, custa muitas vezes o que custa um molde de vacuum forming, inviabilizando a produção de algumas peças por injeção, que podem ser produzidas com vacuum forming com um preço competitivo”, esclarece M. Matricardi, do comercial da Renamak.
No mercado já existe matéria-prima em diversas cores, facilitando o processo, mas dependendo da altura do relevo, dá para moldar a peça com a pintura ou desenho já feito, bastando marcar o registro, que é a posição correta da placa a ser moldada.
Na comunicação visual, o vacuum forming é um dos processos mais utilizados na produção de letreiros, por exemplo. Letreiros de postos de gasolina, de bancos ou de lojas com as letras ou o logotipo “saltados” para fora são feitos por termoformagem. Outros produtos onde o vacuum forming impera são displays, cartazes com moldura, totens, letras e números em relevos, gôndolas para mercados, letras-caixa e luminosos, além de blisters, tanto de comprimidos, quanto de qualquer produto de gôndola. Para quem trabalha com comunicação visual e se interessa em expandir seus negócios, vale o investimento no equipamento, que permite a produção de inúmeros produtos que abrangem diversos mercados, incluindo os de consumo diário, caso dos copos e de embalagens descartáveis de comida, por exemplo. É mais uma oportunidade para driblar a crise!